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Publicado em May 10, 2008, 9:39 p.m. - Notícias Fitrae

Risco inflacionário ameaça meta do Governo

10/05/2008 - CUSTO DE VIDA
Risco inflacionário ameaça meta do Governo



Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que baliza a meta do governo federal, supera 5% em 12 meses e entra em um nível perigoso, mais difícil de controlar. Valor do pão francês sobe 7,33%



Daniel Ferreira/CB/D.A Press



A advogada Maria Clara Viotti mudou seu cotidiano para se adaptar aos reajustes de preços

O contínuo reajuste dos preços dos alimentos fez com que a inflação em 12 meses atingisse 5,04%, se distanciando de vez do centro da meta do governo, que é de 4,5%. Esse é o maior patamar desde março de 2006, quando o índice acumulava 5,32%. O grande temor do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, era justamente ultrapassar os 5% porque a partir desse nível aumenta o risco de descontrole, ou seja, fica mais difícil fazer com que as expectativas futuras caiam em direção à meta.



Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas do governo, registrou alta de 0,55% ante 0,48% de março, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril de 2007, a inflação era de 0,25%. Neste ano, o custo de vida subiu 2,08%.



Irene Machado, técnica do IBGE, explica que a elevação só não foi maior porque houve deflação em Belo Horizonte (-0,05%), puxada pela redução do gasto com energia elétrica, e diminuição do preço dos combustíveis em algumas cidades brasileiras. “Mais da metade do aumento do IPCA (0,28 ponto percentual) é explicada pela alta de alimentos”, destaca Irene. O maior peso na ampliação dos custos ocorreu nos derivados de trigo, puxado pela expansão dos preços internacionais. O pão francês teve uma expansão de 7,33% no preço, seguido pela farinha de trigo (6,80%), pão doce (3,02%) e macarrão (2,34%).



Apesar disso, há sinais, cada vez mais claros, de que outros produtos, como bens semiduráveis, começaram a ter maior impacto. Isso tira o sono do BC e de analistas de mercado porque, ao contrário do raciocínio do Ministério da Fazenda, a alta de preços não está sendo puxada apenas pelos alimentos e pode exigir elevações de juros para evitar contágio. A pressão já pode ser identificada no vestuário, artigos de limpeza e remédios. No acumulado de 12 meses até abril, o grupo de vestuário registrou aumento de 5,62%.



Para a economista-chefe do Banco Real, Zeina Latif, o movimento dos vestuários é sazonal. “O frio antes da hora faz com que as pessoas comprem mais e isso distorce um pouco”, afirma. Independentemente disso, os produtos semiduráveis registraram uma aceleração nos preços de 5,1% neste ano, ante 4,2% no mesmo período de 2007. Para agravar a situação, economistas acreditam que o IPCA continuará pressionado. Isso porque, o reajuste da gasolina e do diesel, anunciados pela Petrobras, deverão ter impacto relevante este mês. Somente no segundo semestre é esperada uma desaceleração dos alimentos.



Classe média

A advogada Maria Clara Viotti, 25 anos, sentiu na pele o aumento da inflação e teve que se livrar de alguns hábitos para acomodar o seu orçamento. Como sua atuação profissional exige boa apresentação, ela costumava gastar mais de R$ 500 por mês em roupas. Com a alta de preços do vestuário, que acumula 1,66% no ano, as compras diminuíram sensivelmente. Para não abrir mão de saúde e cuidados pessoais, que já subiram (2,12%) no ano, Maria Clara teve que fazer pequenas adaptações no seu cotidiano.



A academia que ela freqüentava passou de R$ 280 para R$ 330, o que a obrigou a se matricular em uma mais barata, que custa R$ 150. Sua manicure subiu o preço de R$ 18 para R$ 30 e Maria Clara procurou outro salão, que cobra R$ 20. As massagens terapêuticas foram esquecidas e os jantares nos restaurantes com o namorado, o médico Carlos Henrique Gatto, estão rareando. “Tive que mudar alguns hábitos e restringir outros porque as coisas estão realmente muito caras. Fico até surpresa quando dizem que a inflação está sob controle. Como, se tudo está aumentando?”, indaga. (Fonte: CB)


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