A mudança na formação dos médicos, proposta pelo governo federal, pode colocar profissionais sem o preparo ideal em contato com a população, afirma a diretora da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu (SP), Silvana Artioli Schellini.
Ela critica principalmente o fato de o plano propor que os estudantes de medicina tenham de ficar mais dois anos no curso, trabalhando na rede pública de saúde.
"Atualmente, eles só atuam após a residência médica. Como pegar esse aluno no final do curso de graduação e colocá-lo em contato com a população?", afirmou Schellini. Ela disse que sua opinião é pessoal, e não institucional, pois sua faculdade ainda não discutiu o tema.
Na proposta do governo, os alunos terão supervisão de profissionais.
"Não tenho certeza de como isso funcionará, porque as escolas de medicina não foram consultadas", disse. Ela afirmou também que não está claro qual impacto a mudança poderá trazer na estrutura das faculdades. "O projeto todo é uma sucessão de erros."
Fonte: Folha Online