A Contee, a Fepesp e o Sinpro Campinas e Região conquistaram uma importante vitória nesta semana: órgãos superiores da Igreja Metodista enviaram comunicados às suas instituições confirmando, em caráter definitivo, o interesse dos metodistas pela continuidade das atividades de todas as suas instituições de ensino e afastando qualquer possibilidade de aceitar propostas que envolvam sua venda.

A decisão vai ao encontro dos apelos feitos pelo Sinpro, pela Fepesp e pela Confederação em resposta à notícia, veiculada no dia 5 de agosto pelo jornal Valor Econômico, a respeito da venda de cinco universidades metodistas, entre as quais a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). As outras instituições, segundo noticiado pelo jornal, são: a Faculdade Metodista de Birigui (SP); o Centro Universitário Izabela Hendrix, em Belo Horizonte (MG); o Centro Universitário de Porto Alegre (IPA) e a Faculdade Metodista Santa Maria, ambas no Rio Grande do Sul. Ainda conforme a publicação, cerca de seis ou sete grupos nacionais e estrangeiros estariam analisando a transação, entre os quais Ser Educacional, Cruzeiro do Sul, Laureate e Whitney. O valor das negociações seria, em estimativa, de R$ 250 milhões.

Desde que a possível venda foi anunciada, o Sinpro Campinas, com apoio da Contee e da Fepesp, tomou uma série de medidas para impedir mais esse golpe na educação, com acirramento do processo de mercantilização do ensino superior. No dia 8 de setembro, há exatamente um mês, as três entidades se reuniram com a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação, Marta Wendel Abramo, e com a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Arantes para demonstrar a preocupação das entidades com a notícia.

Na ocasião, as três entidades ressaltaram que os grupos então interessados na compra obtêm seus ansiados lucros por meio de especulação de suas ações na bolsa de valores e de financiamento do Poder Público, assegurado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e pelo Programa Universidade para Todos (ProUni).

A diretora de Assuntos Culturais e Educacionais da Fepesp e vice-presidenta do Sinpro Campinas, Conceição Aparecida Fornasari, também reafirmou necessidade de aprovação do Projeto de Lei 4.372/12, que cria o Instituto de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes). Um dos pontos primordiais do texto é justamente a prerrogativa, entre as funções do Insaes, de “aprovar previamente aquisições, fusões, cisões, transferências de mantença, unificação de mantidas ou descredenciamento voluntário de Instituições de Educação Superior integrantes do sistema federal de ensino”. Essa é uma medida essencial para assegurar ao Estado condições de garantir que o ensino não continue a ser tratado como mercadoria.

Fonte: Contee