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Publicado em Jan. 16, 2008, 9:45 a.m. - Notícias Fitrae

ICV-DIEESE sobe 4,80%, em 2007

ICV-DIEESE sobe 4,80%, em 2007


Em 2007, o custo de vida no município de São Paulo acumulou alta de 4,80%, a maior desde 2004 (7,70%), segundo cálculo do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A elevação foi mais acentuada para as famílias mais pobres, para as quais a taxa chegou a 5,55%. Para aquelas com nível intermediário de rendimento, o ICV-DIEESE subiu 4,93%, enquanto para aquelas com maior poder aquisitivo, a taxa ficou em 4,55%.



Os diferentes grupos de despesa avaliados pelo DIEESE apresentaram, em 2007, o seguinte comportamento:



• Alimentação – a taxa de 12,48% resultou de fortes aumentos em todos os seus subgrupos. O mais expressivo foi apurado para os produtos in natura e semi-elaborados (20,03%); os da indústria alimentícia subiram 7,01% e a alimentação fora do domicílio apresentou variação semelhante (7,54%);



• Educação e Leitura – o aumento de 6,27% derivou, principalmente, da alta de 6,41%, ocorrida no subgrupo educação, uma vez que o subgrupo leitura (4,32%) subiu menos;



• Despesas Pessoais – A variação de 6,11% foi decorrente de comportamento diferenciado, com elevação de 10,18%, para o subgrupo fumo e acessórios e de 3,37% para os gastos com higiene e beleza;



• Saúde - A alta de 3,40% nestas despesas foi decorrente, principalmente, do aumento apurado com a assistência médica (3,79%), uma vez que o subgrupo medicamentos e produtos farmacêuticos (1,79%) teve pequena variação;



• Habitação – Neste grupo, que registrou variação de 1,65%, a estabilidade dos preços dos bens e serviços da operação do domicílio (0,10%) chamou atenção. Locação, impostos e condomínio (3,68%) e conservação do imóvel (4,33%) apresentaram taxas semelhantes ao índice geral;



• Transporte – Estas despesas tiveram variação de 1,03%, resultante de pequenas elevações para ambos os subgrupos: individual, 1,10%; e coletivo 0,88%;



• Equipamento Doméstico – O grupo registrou queda de -1,97% devido a retrações nos subgrupos eletrodomésticos (-2,48%), móveis (-2,06%) e rouparia (-1,98%), enquanto houve estabilidade para utensílios (0,01%);



• Vestuário – Os gastos com este grupo tiveram redução de -2,12%, como resultado da acentuada retração nos preços das roupas (-3,86%) e de estabilidade nos calçados (0,37%).



Os alimentos foram os grandes responsáveis pela inflação de 2007 (4,80%), com contribuição no cálculo desta taxa de 3,15 pontos percentuais (pp), como mostra a Tabela 2. Portanto, os demais grupos responderam por apenas 1,65 pp, na inflação deste ano, com maiores contribuições detectadas nos grupos: Saúde (0,49 pp) e Educação e Leitura (0,47 pp).



Os preços dos alimentos



Devido ao descolamento dos preços dos alimentos em relação aos demais componentes do orçamento doméstico, torna-se justificada uma análise específica de seu comportamento. Esta avaliação inclui não apenas os dados de 2007, mas abrange um período de quatro anos, iniciado em 2004.



Para compreender melhor o comportamento dos preços de mercado, os dados da Alimentação foram desagregados em seus três subgrupos: produtos in natura e semi-elaborados; indústria alimentícia e alimentação fora do domicílio e suas taxas foram agrupadas em trimestres.



No entanto, nos três primeiros anos da série, seus reajustes foram menores que a inflação, só vindo a superá-la em 2007.



Quando se analisa a trajetória dos preços da alimentação ao longo dos 16 trimestres, constata se um comportamento bastante heterogêneo, ora com aumento muito acima da inflação – como verificado em 2007 - ora bem abaixo, como em 2004. Nos anos 2005 e 2006, houve alternância entre taxas trimestrais mais altas e mais baixas para alimentação e índice geral.



Ao longo deste período, os subgrupos alimentação fora do domicílio (32,21%) e produtos in natura e semi-elaborados (27,44%) apresentaram taxas acumuladas maiores que a inflação, enquanto as da indústria alimentícia (12,87%) situaram-se bem abaixo.



A análise comparativa entre as taxas trimestrais do subgrupo produtos in natura e semi-elaborados com a inflação geral apontou que, até o 2º trimestre de 2006, este subgrupo registrou sistematicamente variações inferiores. A partir de então teve início um processo de aumento de preço dos produtos alimentícios, que levou à superação do índice geral.



Com relação ao subgrupo da indústria alimentícia, ao longo dos três primeiros anos da série, as taxas foram inferiores às da inflação geral e apenas a partir do 1º trimestre de 2007 veio a superá-las.



Quanto à alimentação fora do domicílio, esta foi reajustada acima da inflação na maioria dos trimestres da série (12 em 16). Neste período, as taxas anuais acumuladas mantiveram-se superiores à inflação dos anos estudados.



Para melhor visualizar a trajetória dos preços da alimentação, foram calculados os índices acumulados com base no 4º trimestre de 2003, e transformados em taxas.



A série da Alimentação situou-se persistentemente bem abaixo do índice Geral até o 4º trimestre de 2007 (22,5%), quando superou ligeiramente a inflação (21,02%).



Em todo o período analisado, a alimentação fora do domicílio registrou taxas bem acima da inflação. Para o subgrupo indústria alimentícia, o comportamento em todo o período é o inverso, enquanto o subgrupo produtos in-natura e semi-elaborados, manteve-se abaixo da inflação até 16º trimestre da série, quanto superou o índice geral.



A agregação apenas pelos subgrupos da Alimentação não permitiu detectar os grandes responsáveis pelos aumentos de valores observados nos últimos quatro anos. É possível, porém, destacar produtos e itens cujos aumentos, ao longo do período, ficaram acima de 30%, caso em que se destacam feijão (155,2%); hortaliças (61,2%); raízes e tubérculos (56,6%); leite in natura (41,2%); café (40,7%); leite empacotado (32,6%); carne bovina (31,5%) e queijo (30,0%).



Apesar de a Alimentação (22,50%) ter contribuído com 6,02 pp no cálculo da inflação destes quatro anos, outros grupos tiveram aumentos bem mais elevados, como ocorreu com Despesas Diversas (33,51%), Saúde (33,49%), Educação e Leitura (32,44%) e Transporte (27,13%). Porém, o peso destes grupos, na composição dos gastos familiares, é menor, resultando em contribuições inferiores no cálculo final da inflação deste período. Assim, a Saúde contribuiu com 4,29 pp; Transporte, com 4,27 pp; Educação e Leitura, com 2,27 pp e Despesas Diversas, com 0,12 pp. Juntos todos estes grupos tiveram uma contribuição de 10,95 pp.



Considerações Finais



De certa forma, a taxa inflacionária de 2007, 4,80%, surpreendeu. A análise das variações dos preços, neste ano, apontou os alimentos (12,48%) como os grandes responsáveis, com contribuição em seu cálculo de 3,15 pp. São marcantes, também, os reajustes nos grupos Educação e Leitura (6,27%) e Despesas Pessoais (6,11%).



Como os alimentos foram os principais causadores da inflação de 2007, estes mereceram um tratamento diferenciado, contemplando um período mais longo, com o objetivo de verificar se foram altas esporádicas ou realinhamento de valores com mudança em seus patamares de preços.



Na maioria dos bens da alimentação, a principal característica dos reajustes foi de realinhamento de preços, como observado nos produtos do setor pecuário: carnes, leite e seus derivados. Com características de reajustes esporádicos destacam-se: feijão, café, hortaliças e raízes e tubérculos.

A análise não só deste ano, como dos três anteriores, permite afirmar que não se detectou contaminação inflacionária nos preços da economia. O que ocorreu foram alguns realinhamentos de valores de certos bens e serviços, que tinham seus preços defasados.





Fonte: Dieese

Autor: Assessoria de Comunicação

Data: 14/1/2008

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