Opinião

O primordial na educação são os professores e os alunos.

Por mais que queiramos e façamos força para isto, ainda está difícil acreditar em um futuro melhor para a educação no nosso país. Infelizmente, por mais que se tenha esperança e que se lancem projetos educacionais para que nossa realidade mude, todos parecem concordar que as coisas dentro da escola não estão bem, embora haja visões diferentes sobre o tema.

Há os que se pautam, principalmente, pela defesa da escola pública que estaria sendo, de acordo com esta visão, freqüentemente ameaçada pelas políticas de privatização promovidas pelos governos neoliberais. Neste caso, aponto o problema da segmentação institucional que ameaça o direito à educação de boa parte da população. Para outros, o problema do sistema escolar estaria na qualidade de ensino. Segundo os defensores desta idéia, a culpa é dos professores que trabalhariam pouco e mal. Responsabilizam o Estado por esta situação e afirmam que a modernidade dos tempos neoliberais teve como resultado cortes orçamentários nas políticas sociais e educacionais.

Defendo a seguinte opinião: A escola vai mudar para continuar a mesma enquanto o primordial, que são aqueles que fazem a escola: o educando e o educador, que sofrem com a deterioração salarial, condições de trabalho inadequadas que pioram e afetam a qualidade na educação, não forem o centro de atenção.

Diante de tantas dificuldades e perigos que enfrentam no dia-a-dia nas escolas, os docentes vão sendo massacrados entre o que querem fazer e o que podem fazer. Assim como é possível acreditar em uma nova educação.

Nosso papel, como professores e dirigentes sindicais, é acreditar não no futuro a longo prazo mas no aqui e agora. Não em projetos que não saem do papel, mas em nós mesmos. “Nós somos o projeto em andamento”, precisamos resgatar aquilo que nos faz educadores por vocação, reanimar e prosseguir como “soldados da utopia”.
Apenas assim nos sentiremos recompensados pelos que temos conquistado e pelo que conseguimos mudar.

O professor Ubyrajara Pessanha
Moraes é coordenador da Sec. de
Administração e Finanças do
SINPRO- COSTA VERDE